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Safra de grãos 2022/2023 no Paraná deve atingir 46,6 milhões de toneladas, com crescimento de 37%

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgou na quinta-feira (29) a nova Previsão Subjetiva de Safra, revelando que a produção de grãos no Paraná no ciclo 2022/2023 tem previsão de alcançar 46,6 milhões de toneladas em uma área de 10,85 milhões de hectares.

Caso se confirme, essa produção representará um aumento de 37% em comparação com a safra anterior, que gerou 34,1 milhões de toneladas e foi afetada por condições climáticas adversas. A área de plantio é semelhante à da safra anterior, na qual os agricultores paranaenses cultivaram 11 milhões de hectares.

O relatório também confirma o recorde na produção de soja, estimada em 22,45 milhões de toneladas em uma área de 5,78 milhões de hectares. Esse volume é 80% superior ao da safra anterior, que alcançou 12,45 milhões de toneladas. Apesar da redução da estimativa para a segunda safra de milho, de 14 milhões para 13,8 milhões de toneladas, o cereal apresenta uma boa produtividade.

As avaliações dos técnicos do Deral neste mês também indicam um bom desempenho dos cereais de inverno. No total, são esperadas 5,54 milhões de toneladas, com destaque para o trigo, que terá uma produção de 4,56 milhões de toneladas, um aumento de 30% em relação à safra anterior, e a cevada, cujo volume pode chegar a 382 mil toneladas nesta safra, um aumento de 14% em comparação com a safra 2021/2022.

De maneira geral, o chefe do Deral, Marcelo Garrido, afirma que o Paraná tem uma boa perspectiva de safra. “No momento, temos um cenário favorável no estado, com boas produtividades na maioria das culturas”, ressalta.

Soja

A produção de soja no Paraná atingiu um número recorde de 22,45 milhões de toneladas. No entanto, o ritmo de comercialização da safra está abaixo do esperado. Normalmente, até junho, cerca de 70% da safra é comercializada. No entanto, nesta safra, apenas 51% do total foi vendido até o momento, de acordo com o analista do Deral, Edmar Gervásio.

“A colheita mais tardia da safra, junto com dificuldades de escoamento, preços menores e uma superprodução, justificam esta comercialização mais lenta”, explica. Na última semana, o preço pago aos produtores de soja pela saca de 60kg foi de R$ 120,13, em média. Na semana anterior, a média foi de R$ 120,98.

Milho

A expectativa de produção na segunda safra de milho no Paraná sofreu uma redução de 209 mil toneladas em relação à previsão inicial. Agora, estima-se que o estado colha 13,8 milhões de toneladas. A área plantada nesta safra é de 2,4 milhões de hectares, o que representa uma diminuição de 12% em relação à safra 2021/2022. De acordo com o Deral, a redução ocorreu devido às chuvas abaixo do esperado em grande parte do Paraná e à presença de pragas em algumas lavouras. Apesar disso, o volume estimado é 4% maior em comparação ao ciclo anterior, que foi de 13,3 milhões de toneladas.

No mercado, houve uma reação nos preços do cereal, com um aumento de 8% na semana passada em comparação com a semana anterior. Os produtores receberam cerca de R$ 48,98 por saca de 60 kg. “Entretanto, o preço atual é ainda quase 40% menor que os preços praticados em junho de 2022”, diz Gervásio.

Feijão

A área destinada à segunda safra de feijão no Paraná abrange 292 mil hectares, e de acordo com o mais recente levantamento realizado pelos especialistas, a produção estimada para o estado é de 506 mil toneladas. Caso essa estimativa seja confirmada, representará uma queda de 11% em relação ao ano anterior, quando foram colhidas 570,2 mil toneladas. Além disso, a área de cultivo também diminuiu, passando de 342,9 mil hectares no ciclo 2021/2022 para 291,6 mil hectares no atual.

A colheita da safra em curso está se aproximando da conclusão, abrangendo 81% da área total. O clima favorável tem beneficiado os trabalhos de campo nessa fase da cultura, garantindo uma excelente qualidade para o feijão colhido. “Acredita-se que nas próximas duas semanas esse trabalho seja concluído em todas as regiões produtoras do Estado”, diz o economista Methodio Groxko.

Na semana passada, os produtores receberam, em média, R$ 244,00 por saca de 60 kg de feijão de cor, o que representa uma queda de 0,6% em relação ao período anterior. Já o feijão preto foi comercializado a R$ 208,00 por saca de 60 kg, registrando um aumento de 4,5% em relação à semana anterior. O economista do Deral destaca, no entanto, que enquanto o preço do feijão de cor continua em declínio, o feijão preto tem apresentado uma reação positiva nas últimas semanas, e o valor recebido atualmente é equivalente ao de junho do ano passado.

Trigo

A perspectiva para a produção de trigo no Paraná continua sendo uma safra abundante, apesar de alguns problemas pontuais observados na região Norte. Nesta semana, o plantio progrediu bem devido ao tempo seco após as chuvas, alcançando 91% da área total de 1,39 milhão de hectares, conforme informado pelo agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho. Estima-se que a produção atinja 4,56 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 30% em relação à safra anterior. Além disso, houve um aumento de 12% na área cultivada.

No entanto, os preços pagos aos produtores de trigo ainda não apresentaram reação significativa. Na semana passada, os agricultores receberam, em média, R$ 66,17 por saca de 60 kg, valor semelhante ao da semana anterior, que foi de R$ 66,38. “Os preços ainda estão no limite do custo de produção”, analisa o agrônomo.

Mandioca

Segundo estimativas do Deral, a produção de mandioca no Paraná alcançará 3,29 milhões de toneladas em uma área de 135,6 mil hectares. Essas projeções superam a safra anterior, tanto em termos de volume (12%) quanto de área plantada (7%). No ciclo passado, o estado colheu 2,95 milhões de toneladas em 126,4 mil hectares. Os produtores receberam, em média, R$ 757,22 por tonelada de mandioca entregue à indústria na última semana, representando uma pequena diferença de 0,5% em relação ao valor da semana anterior, que foi de R$ 761,02.

Boletim agropecuário

Nesta quinta-feira, o Deral divulgou o Boletim de Conjuntura Agropecuária, que além de analisar a produção dos principais grãos, aborda também a bovinocultura de leite, a produção de frango com base nos dados da Pesquisa Trimestral de Abate do IBGE, assim como a fruticultura e a piscicultura.

Foto: José Fernando Ogura.

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