Alunos de quatro escolas da rede municipal de Campina Grande do Sul estão recebendo novos conhecimentos, por meio das aulas de contraturno, que passaram a ser aplicadas desde último dia 12 de setembro.
O projeto piloto se iniciou nas escolas João Assunção e Santa Leticia (área rural), bem como nas escolas Alessandra Cristina Assunção e Marcos Nicolau Strapassoni (área urbana). O projeto envolve aulas de reforço em língua portuguesa e matemática, artesanato, coral, teatro, dança, entre outras atividades.
Na semana anterior ao projeto, foram promovidas reuniões com os pais dos alunos beneficiados, com o intuito de explicar o funcionamento das atividades. A participação no contraturno escolar não é obrigatória e cabe aos alunos e pais decidirem pela adesão, no entanto, as atividades estão abertas a todos os alunos das instituições atendidas.
Mesmo que o aluno já estude em uma das quatro escolas contempladas, é necessário que os pais ou responsáveis realizem a matrícula para o ensino integral junto à diretoria. Na Escola João Assunção, no bairro Jaguatirica, por exemplo, a adesão pelo projeto até o momento foi de pouco mais de 50% dos estudantes.
“Dos 140 alunos, 75 estão matriculados no contraturno. Aos poucos os pais estão aderindo à novidade e em breve acredito que iremos ter quase 100% da escola atendida pelo ensino integral”, conta a diretora Andreia do Amaral Rodrigues Jesus, que chegou a montar um grupo no WhatsApp para que pais e professores possam trocar informações, além de acompanhar simultaneamente todas as atividades desenvolvidas pelos filhos no contraturno. A escola, que atende do ensino infantil ao fundamental, planeja dentro das atividades ofertar oficinas culturais e a implantação de uma horta estudantil.
Já na Escola Marcos Nicolau Strapasson, no bairro Santa Rosa, as atividades estão sendo desenvolvidas em parceria com o Projeto Piá. Está sendo ofertado também o transporte escolar e três refeições diárias para cada aluno. As atividades acontecem em um imóvel que fica ao lado da unidade escolar. Durante o intervalo, os alunos são acompanhados até a escola para o lanche da tarde.
Segundo a diretora da unidade de ensino, Ivonete Ferreira Klemba, os pais que não puderam comparecer na reunião inaugural do projeto, podem procurar a instituição para mais informações. Ainda segundo a diretora, a adesão para o projeto foi de pouco mais de 60% dos estudantes. “O contraturno escolar está, por enquanto, sendo ofertado aos alunos da 4ª e 5ª série, que somam 103 alunos. Desses, 65 já ingressaram no projeto”, afirma.
Para a diretora, o ensino integral tem sido algo novo, tanto para os pais quanto para a escola. “Ficamos um pouco preocupados no início de como iríamos atender mais alunos no período, mas está sendo bem tranquilo. De um modo geral a receptividade dos pais tem sido muito boa, eles têm vindo até nós buscar informações. Os próprios alunos também têm incentivado seus responsáveis a respeito do projeto, pois ouvem dos coleguinhas que participam das atividades que é legal”, comenta.
O prefeito Bihl Zanetti explica que o projeto nesse primeiro momento será desenvolvido de forma experimental, mas que a ideia é expandi-lo para outras escolas futuramente. “É o começo para uma Educação Integral de qualidade, principalmente para as escolas do Interior, onde as crianças têm menos oferta de lazer. Nosso objetivo é oferecer aos alunos um ambiente seguro, em que eles possam ser bem alimentados e estar envolvidos com atividades que ajudam no seu desenvolvimento”.
A secretária municipal de Educação, Simone Milek, acredita que as atividades de contraturno vão refletir diretamente no rendimento escolar dos alunos. “O contraturno se iniciou pensando em melhorias no desenvolvimento do Ensino aprendizagem e em novas habilidades. Os avanços serão significativos! Com o desenvolvimento intelectual e acompanhamento nutricional, o aluno terá maior permanência na escola, evitando a evasão escolar. Além disso, espera-se maior interação entre a família e a escola”, enfatiza a secretária.
Ainda segundo a secretária, o projeto visa o atendimento de 422 crianças nas quatro unidades de ensino escolhidas. “No momento, o projeto se estende apenas aos alunos do Infantil V ao 5º ano, e visa oferecer o máximo das habilidades que resultam na formação integral, como criatividade, comunicação, sociabilidade e desenvolvimento corporal”, conclui.
O que é Educação Integral
No contexto da educação, a ideia de contraturno nada mais é que os períodos do dia nos quais os alunos não estão envolvidos nas atividades da escola. Só que, por mais que o conceito em si seja simples, é consenso entre os educadores que o que acontece fora de sala de aula é tão importante para desenvolvimento integral de crianças e jovens quanto o que é realizando dentro dela.