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Nesta segunda-feira, 26 de agosto, comemora-se o Dia Internacional da Igualdade Feminina. Para falar um pouco sobre o assunto, conversamos com mulheres em profissões ainda consideradas prioritariamente ‘masculinas’. Priscila Souza Machado e Kelen do Vale Leite são motoristas de ônibus e Clarice Montanarim, gerente da empresa Filtroil.

Aos 36 anos de idade, Priscila Souza Machado é moradora de Quatro Barras e há 12 anos tornou-se motorista profissional. “Antes eu trabalhava numa empresa com micro ônibus, fazia o transporte de funcionários. Hoje, sou motorista da linha Campina Grande, da empresa Castelo Branco”. Ela é filha de motorista aposentado e conta que sempre gostou de dirigir. “Eu comecei dirigindo carro e um dia decidi fazer a carteira para ônibus; meu objetivo sempre foi trabalhar no transporte coletivo”.

Para ela, há muito preconceito, não por parte dos colegas de trabalho – na maioria homens -, mas por parte dos próprios passageiros. “Eles ficam muito surpresos quando entram no ônibus e notam que estão sendo conduzidos por uma mulher. Ainda mais quando a cobradora também é mulher. Sempre ficam na expectativa de como vai ser. Já os colegas de trabalho sempre nos incentivam e nos apoiam. Eles dizem que gostam de ver as mulheres dirigindo e são muito prestativos conosco”. Priscila trabalha, atualmente, das 06h47 às 16h30. “No dia a dia da profissão, costumo guardar mais os elogios do que as críticas. Acredito que é isso que nos leva para frente”.

Kelen do Vale Leite, de 34 anos, é motorista há oito anos. Na família, seu pai e seu irmãos são caminhoneiros. Atualmente, ela faz a rota de turismo da Viação Castelo Branco, mas também já trabalhou com caminhão truck. “Apesar de ainda existir muito preconceito, pois sempre tem os machistas que olham torto para uma mulher no volante, boa parte das pessoas defende que somos mais cuidadosas e responsáveis. Eu não costumo dar ouvidos aos olhares maldosos. Amo a minha profissão e acho que temos que fazer aquilo que gostamos com responsabilidade e mostrar ao mundo, e aos homens, que nós mulheres somos capazes também”.

“O importante é fazer aquilo que gostamos e mostrar ao mundo que somos capazes”.

Ela lembra que o cuidado das mulheres no trânsito faz com que as empresas apostem na contratação feminina para essa profissão, motorista, que até pouco tempo, era dominada pelos homens. “A frase ‘mulher no volante, perigo constante’ já foi substituída por “mulher no volante, sucesso constante’”.

Clarice Montanarim assumiu a gerência do Grupo Filtroil, ao lado do filho, depois que o esposo faleceu. “Há mais de 30 anos eu estive ao lado meu marido, o fundador da Filtroil, Luiz Reinaldo da Silva (in memoriam), e desde 2015 eu e meu filho assumimos as empresas. Em nenhum momento senti preconceito, pois contamos com uma equipe de profissionais de respeito e confiança. Acho que o ato de empreender por si só é um desafio e este serve para transformar em oportunidade, embora as maiores dificuldades sejam as cargas tributárias impostas pelo governo, as mulheres ainda enfrentam dificuldades no mundo empresarial”. Para ela, hoje parece mais desafiador enfrentar as tecnologias, o mercado, a concorrência e a falta de incentivo, o problema da maioria.

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