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Imagem de destaque - Colégio Cívico-Militar Ivan Ferreira do Amaral Filho: uma nova perspectiva na educação em Campina Grande do Sul

Em meio ao cenário educacional atual, uma proposta implementada pelo Governo do Estado tem ganhado destaque: a implementação de colégios cívico-militares pelo estado. O objetivo é que essas instituições passem a oferecer uma educação melhor, aliada à disciplina e aos valores cívicos e militares.

No último ano, o Colégio Ivan Ferreira do Amaral Filho, localizado na Avenida Alderico Bandeira de Lima, no Jardim Paulista em Campina Grande do Sul, passou por uma consulta pública para que pais, professores, funcionários e alunos pudessem expressar sua opinião sobre a transição para o modelo cívico-militar neste ano letivo de 2024. E com mais de 70% de aprovação, a implementação foi aceita.

Segundo a nova diretora, Débora Zanchettin, e as vice-diretoras Michele Pereira e Odilinha Strapasson, a proposta, em um primeiro momento, surgiu porque não tinha colégio cívico-militar no município e seria interessante essa implementação para enfrentar desafios presentes na educação do Ivan, como a indisciplina, a violência escolar e baixa qualidade de ensino. A ideia é que a presença de militares na gestão escolar possa contribuir para um ambiente mais organizado, seguro e propício ao aprendizado. Débora ainda afirma que mesmo em tão pouco tempo em que o processo de implementação tenha começado, as melhoras têm sido significativas.

A implementação gerou vários debates. Por um lado, há quem defenda que a presença militar pode contribuir para a formação de cidadãos mais disciplinados e responsáveis. Por outro, há críticos que argumentam que a militarização da educação pode limitar a liberdade de expressão e o desenvolvimento crítico dos estudantes.

O professor de física, João Pedro, nos contou que foi contra no início, pois achava que seria algo mais agressivo e isso poderia piorar a situação. “A partir do momento que fui experenciando o que foi sendo implantando, vi mudanças positivas para todos os lados em relação ao ano letivo de 2023”, revela.

Também houve resistência de pais e alunos, tendo alguns pedidos de transferências para outras escolas da região. Por outro lado, houve muita demanda de pais querendo colocar seus filhos no colégio após saberem da implementação do novo modelo de ensino. “Foi necessário a criação de uma lista de espera, estando mais cheio os 9° anos com (36) alunos e sendo abertas novas salas para tentar suprir a demanda”, revela a vice-diretora da tarde Michele Pereira.

“A partir do momento que fui experienciando o que foi sendo implantando, vi mudanças positivas para todos os lados em relação ao ano letivo de 2023 – Professor João Pedro”

Durante a visita da reportagem do Jornal União ao colégio, convidamos os alunos do terceiro ano – as turmas que demonstraram mais resistência – a nos falar os motivos de serem contra ao novo formato de ensino. Somente duas alunas se dispuseram a nos dar entrevista. Elas relataram que de um modo geral acharam bom e viram diversos benefícios que ajudaram até a prestar maior atenção nas aulas. “O nosso ponto, que conversamos com vários colegas, é que é meio desnecessário obrigar alguém a amarrar o cabelo, cortar o cabelo, barba, não usar unhas grandes a não ser que seja feito algo de risco, mas em aula teórica em sala de aula no dia-a-dia, não vejo como isso atrapalharia no aprendizado. Às vezes algum aluno pode ter alguma insegurança ou se sente mais confortável daquele jeito”, comentaram.

“É meio desnecessário obrigar alguém a amarrar o cabelo, cortar o cabelo, barba, não usar unhas grandes a não ser que seja feito algo de risco” – Alunas do 3º ano

Na entrevista com os professores, eles se mostraram contentes com a situação atual do colégio. Neuci de Paula, professora de inglês e português, comentou: “Fiquei meio apreensiva com a transição, mas quando vi que estávamos recebendo apoio dos pais, foi um alívio. A transição ainda está acontecendo, mas esta bem equilibrada e me deu um ânimo, que há muito tempo não tinha, para trabalhar”, logo em seguida, concordam seus colegas de trabalho.

A professora Silvana Souza, de português, complementou que a nova geração não estava acostumada com ordem e disciplina. “Com os sargentos no colégio conseguimos direcionar melhor os alunos para mostrar que não é o fim do mundo seguir regras”.

“Nós queremos que esse colégio seja algo de família, que não só os alunos e professores se importem com a educação, como também os pais” Débora Zanchetin – diretora

Com a implementação cívico-militar foi adicionada mais aulas à grade curricular dando destaque às principais: português e matemática, além de matérias de civismo e cidadania uma vez por semana. Dois sargentos militares para o turno da manhã e tarde foram adicionados para acompanhamento na área disciplinar, além da cobrança de pais e responsáveis pelos alunos a participarem ativamente na educação de seus filhos. Foram implantadas ainda a brigatoriedade de uniforme, proibição de apetrechos e cabelos extravagantes (apresentação adequada a um colégio), regras de convivência e respeito, incluindo também o ensinamento e interpretação dos hinos do município de Campina Grande do Sul, Estado do Paraná e o Hino Nacional Brasileiro, conforme prevê a Lei n° 5.700, de 1971, que trata da obrigatoriedade de se cantar o Hino Nacional pelo menos uma vez por semana nas escolas.

A nova diretora instituída no colégio termina dizendo: “Nós queremos que esse colégio seja algo de família, que não só os alunos e professores se importem com a educação, como também os pais, que influenciam muito nesse sentido. Estamos focados em tentar mudar a mentalidade de quem não enxerga futuro na educação, de fazer eles não desistirem no ensino médio e incentivar eles procurar um ensino superior, pois atualmente tem muita desistência, principalmente porque querem trabalhar. Queremos mostrar que na educação tem futuro sim, então estamos elaborando premiações em dinheiro para incentivar eles a continuar com o bom trabalho porque já estamos preparando eles pare o mercado de trabalho. E contamos com a ajuda da comunidade para melhorar isso cada vez mais.”

Atualmente a equipe pedagógica é inteira composta por mulheres.

Procurado pelo Jornal União, o prefeito municipal Bihl Zanetti, comentou a respeito da iniciativa da direção do colégio em pedir a implementação desse modelo educacional para o Governo do Estado. “Entendi que a luta em transformar o colégio em cívico-militar, além de trazer essa opção aos nossos estudantes, vai refletir em benefícios e melhorias para nosso Ivan”.

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