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Afogamentos aumentam, e Paraná já contabiliza um dos verões mais trágicos em anos

O período festivo entre o final de um ano e o início do próximo tem sido marcado por tragédias no Paraná. Na terça-feira (2), o Corpo de Bombeiros localizou o corpo de um jovem de 24 anos, morador de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), que se afogou em Matinhos, no litoral paranaense.

Esse incidente, no entanto, não é isolado: desde o início de dezembro, pelo menos outras 15 vidas foram perdidas devido a afogamentos, com o número de ocorrências atendidas pelos bombeiros aumentando em relação ao período anterior.

Os dados do Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM), revelam que desde 1º de dezembro de 2023 até esta terça-feira (2 de janeiro de 2024), um total de 595 ocorrências de afogamento foram registradas no estado. Nos últimos 33 dias, a corporação atendeu uma média de 18 ocorrências diárias. O número tem se intensificado nas últimas semanas, coincidindo com o período festivo e a chegada do verão. Apenas no dia 29 de dezembro, foram salvas 80 pessoas de afogamentos, enquanto nos dois primeiros dias de 2024 houve 42 registros.

Comparando com o mesmo período do ano anterior (1º de dezembro de 2022 a 2 de janeiro de 2023), observa-se um aumento significativo nas ocorrências, saltando de 399 para 595 (crescimento de 49%). Desde o final de 2017 até o início de 2018, não eram registrados tantos afogamentos entre o final e o início do ano, sendo o recorde anterior estabelecido em 2017-2018, com 534 ocorrências.

O número de mortes nessas ocorrências também é expressivo, totalizando 16 desde dezembro. Apesar de ser o mesmo número de mortes de 2022-2023, supera os registros de 2021-22 (11 mortes), 2020-21 (10 óbitos) e 2019-20 (15). Entre o final de 2018 e 2019 e o mesmo período de 2017 e 2018, foram registradas, respectivamente, 42 e 28 mortes por afogamento no Paraná, estabelecendo recordes para o período analisado.

A tragédia se intensifica devido ao fato de muitas das ocorrências envolverem famílias em momentos de lazer. No caso do jovem da Grande Curitiba que se afogou em Matinhos, ele estava na praia com um tio quando se afogou no Balneário Ipacaraí. Outra tragédia familiar ocorreu na Represa do Passaúna, em 30 de dezembro, quando um homem de 54 anos se afogou enquanto tentava salvar uma das filhas durante um passeio de bote. Apesar de a esposa e as outras crianças terem sido resgatadas, o pai acabou falecendo.

No Paraná, os meses com mais casos de afogamento coincidem com o período de verão: janeiro (605 registros entre 2021 e 2022, ou 32,4% do total), dezembro (589, ou 31,6%) e fevereiro (361, ou 19,3%). O trimestre entre dezembro e fevereiro concentra 83 de cada 100 casos de afogamento no estado.

Em situações de afogamento e emergências, é crucial acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil (199). Os bombeiros destacam a importância do conhecimento das instruções de segurança em rios, cachoeiras, praias e piscinas para garantir um verão seguro e prevenir incidentes. Nas praias, é essencial banhar-se apenas em áreas protegidas por guarda-vidas, respeitar a sinalização e evitar entrar no mar próximo a obstáculos. Cuidados similares devem ser tomados em piscinas e rios, como instalar grades de proteção e evitar saltos de cabeça em locais desconhecidos. Dispositivos flutuantes também devem ser evitados, pois estão sujeitos a correntezas que podem levar o banhista para áreas mais profundas.

Afogamentos no Paraná

AnoOcorrênciasMortes
2023 (ano todo)1.32585
2022 (ano todo)1.004101
2023-24*59516
2022-23*39916
2021-22*36011
2020-21*25810
2019-20*33115
2018-19*34742
2017-18*53428

*1º de dezembro a 2 de janeiro

Fonte: Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM)

Foto: Geraldo Bubniak

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